Reflexões Planetárias

Saturday, February 11, 2012

As cidades no "fim do petróleo"

Temos que nos preparar para um mundo sem petróleo.
Para um mundo em que um mix energético não nos dará a energia abundante e barata proporcionada pelas reservas de combustíveis fósseis que possibilitou a sociedade tecnológica a que nos fomos habituando.
À medida que a tecnologia foi invadindo a nossa vida quotidiana, foi aumentando a nossa dependência tecnolológica e consequentemente a depedência energética. Com ela aumentou o nível médio de conforto mas também a insegurança.
A nossa sociedade tecnológica tem grandes vulnerabilidades e acusa, já hoje, sinais de insustentabilidade energética na instabilidade económica e social. O estreito de Ormuz sob a ameaça do Irão é disso lídimo exemplo.
Esta insustentabilidade é ainda agravada pelo crescimento da população de vastas sociedades emergentes como a China, envolvidas no vórtice tecnológico da globalização capitalista.
Atendendo à (in)segurança do abastecimento energético neste quadro de instabilidade global, torna-se pertinente um quantum satis de autosuficiência.
A par do aproveitamento dos nossos recursos energéticos endógenos, temos que racionalizar a utilização de todos os recursos, não só na indústria mas também nos transportes e nos edifícios.
Temos pois que rever, a bem ou a mal, o nosso padrão de vida que inclui a forma como temos vindo a organizar, eu diria malbaratar o nosso "jardim", nos últimos cinquenta anos.
A urbanização difusa aumentou drásticamente a nossa dependência do automóvel bem como os custos de manutenção de infraestruturas e equipamentos e, last but nor the least, piorou a urbanidade ; os edifícios que se fizeram irão obrigar as futuras gerações a reduzir o conforto para consumir menos energia.
A revisão do padrão de urbanização já deveria ter começado, pois a renovação do parque habitacional, entre reabilitação e reconversão, demorará algumas dezenas de anos. Digamos, cerca de trinta anos que é provavelmente o tempo que nos resta para abandonar o paradigma do petróleo.
É um enorme desafio à nossa capacidade de organização... .que é precisamente o que nos tem faltado nos últimos trinta anos que gastámos em iniciativas desencontradas ao sabor de pequenos e grandes interesses particulares de curto prazo, em que avulta o negócio de terrenos.

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