Reflexões Planetárias

Wednesday, July 18, 2012

O "massacre de Houla"

No dia 7 de Junho passado o Frankfurter Allgemein Zeitung publicou um relatórío cujas conclusões desmentem a versão anteriormente divulgada pelos mass media sobre o chamado "Massacre de Houla" ocorrido em 25 de Maio que levou Kofi Annan a avisar que a Síria tinha ultrapassado o "tipping point". Um sinal de endurecimento da "comunidade internacional".
Como se pode ler aqui: "...de acordo com o jornal de referência alemão, o Frankfurter Allgemeine Zeitung (FAZ), o massacre de Houla foi de facto cometido por militantes Sunni anti-Assad, e o grosso das vítimas eram membros das minorias Alawi e Shia, que têm largamente apoiado Assad. Na sua narrativa do massacre, o relatório cita oponentes de Assad, que, no entanto, não quizeram ver os seus nomes nos jornais com mêdo de represálias por parte dos grupos da oposição armada."
Tudo isto soa infelizmente a dejà vu (ou lu): Afganistão, Iraque, Libia...
Enfim, como comenta Robert Fisk, "uma coisa é ouvir os lideres políticos acusar o regime sírio de abuso dos direitos humanos e massacres - outra coisa é reconhecer que os diplomatas ocidentais estão preparados para colocá-los à margem do quadro, na perspectiva mais ampla que, no caso do Médio Oriente, é a do abastecimento de petróleo e gás natural".
E nesta ampla perspectiva, o que está em jogo não é coisa pouca! Segundo Michael Klare "os produtores do Médio Oriente serão ainda mais importantes nos próximos anos porque se estima que possuem dois terços de todas as reservas que estão por explorar. De acordo com projecções recentes do Departamento de Energia dos Estados Unidos, o Médio Oriente e o Norte de África juntos providenciarão aproximadamente 43% do abastecimento mundial de crude em 2035 (contra 37% em 2007), e produzirão uma parte ainda maior do petróleo mundial para exportação."

A importancia nevralgica do Médio Oriente na luta global pelas derradeiras reservas mundiais que se trava entre as grandes potências, enche os noticiários de falsidades e hipocrisia obrigando-nos a navegar numa "floresta de enganos", mas sobretudo, fomenta conflitos (alimentados pelo negócio de armas) que atropelam a solução dos problemas sociais que afligem esta região do mundo.

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