Reflexões Planetárias

Sunday, October 28, 2012

Privatizar: O percalço da ANA!

Privatiza-se a ANA para conter o déficit das contas públicas... mas não se sabe agora se os senhores do EUROSTAT aceitarão este recurso artificioso a receitas extraordinárias!
Parece-me que não deveriam aceitar em nome da transparência e da coerência contabilistica. Mas suspeito que será... se a Europa germânica fechar os olhos a mais umas décimas no déficit. Afinal temos sido alunos exemplares no cumprimento de uma receita falhada e estamos no mundo abstracto dos números em que tudo se pode "arranjar".
Seja ou não seja, entretanto a ANA será vendida. Facto consumado!
Este percalço mostra que a necessidade de equilibrar as contas públicas, sendo prioritária para as instituições financeiras é também uma soberana oportunidade para privatizar (e dar cabo da economia nacional e do estado social) na lógica do capitalismo mercantil.
Com o seu programa de privatizações, o governo Coelho-Gaspar está a proceder à maior transferência de poder que ocorreu depois do 25 de Abril, na medida em que vende os principais recursos e serviços públicos a grandes investidores estrangeiros.
Uma transferência de sentido contrário ao da nacionalização da banca que ocorreu na sequência do 11 de Março de 1975.
E noutra escala!
A uma integração abusiva para os moderados - tinhamos então um banco central - sucede-se agora a superlativa desintegração de uma nação como coisa do passado sem futuro.

Agora que "os estados fortes impõem toda a espécie de barreiras aos investidores estrangeiros, na defesa dos interesses nacionais", protegendo os seus sectores estratégicos dos excessos do mercado livre, o governo Gaspar-Coelho faz exatamente o contrário: despedaça o país, dispersando a posse e gestão dos seus haveres e instituições na vasta zona de turbulência planetária em que hoje se entrechocam os grandes interesses transnacionais. Alinhados na visão econocrática do mundo em que impera a competição, estes senhores não se apercebem que estão a cometer um crime de lesa pátria e a contribuir para desintegração da Europa.

3 Comments:

At 10:04 PM, Blogger Fausto Simões said...

Afinal o Eurostat não aceitou a privatização da ANA, como noticia o Jornal de Negócios (http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=583099)...
Mas a história ainda não acabou

 
At 11:28 PM, Blogger Fausto Simoes said...

Como se pode constatar em recente artigo de Juan Torres Lópes (http://juantorreslopez.com/impertinencias/para-que-sirven-las-privatizaciones/), a política de privatizações em Espanha segue, como em Portugal a cartilha neoliberal: tem o mesmo propósito e usa a mesma argumentação, aliás desmentida pelos factos como já se pode comprovar na prática.
Quanto ao propósito e já com Zapatero, é uma política "radical y orientada a desmantelar la práctica totalidad del sector público empresarial español para ponerlo en manos del capital privado. Y ahora, como he dicho, se trata de hacer lo mismo con la sanidad y la educación públicas."
Quanto aos argumentos: "que hay que acatar las normas europeas, que es imprescindible vender para proporcionar recursos al Estado y que, además, al hacerlo se dispondría de los mismos bienes o servicios a menor precio y con mayor calidad y eficacia."

 
At 6:39 AM, Anonymous Anonymous said...

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