O Capitalismo é o "driver" das alterações climáticas?

As alterações climáticas são o maior desafio aos mandarins e sacerdotes da "sociedade de mercado" que hoje se globaliza.
Em sua defesa, pretendem uns que, sendo o crescimento económico inerente ao capitalismo, ele poderá no entanto vir a ser sustentável por via de um "mercado verde". O economista Paul Krugman é um deles... e o nosso ex-ministro Moreira da Silva outro.
Outros, como Herman Daly, admitem que o crescimento económico não pode ser sustentável, mas que não é inerente ao sistema capitalista, pelo que se pode alcançar a sustentabilidade no sistema, caminhando para um "crescimento zero".



No video, a entrevista a Naomi Klein é contrastada com um apontamento sobre os "negacionistas" e com uma entrevista a Christiana Figueres, secretária executiva da UNFCCC e pivot da COP21 que se realizou em Paris, no ano passado.
Naomi Klein pensa como Krugman que o crescimento económico é inerente ao capitalismo mas, como Daly que ele não é sustentável, pelo que o desafio das alterações climáticas põe em causa o sistema capitalista, seus mandarins e sacerdotes, apelando para uma mudança radical que só poderá ser alcançada por via de uma democracia participada.
É o que temem as grandes empresas do sector energético que, nos Estados Unidos, alimentam com centenas de milhões de dolares congressistas e instituições "negacionistas".
Quanto a Figueres, que também tem defendido a necessidade de "mudar o modelo de desenvolvimento económico", revela na entrevista a atitude moderada e pragmática de ambientalistas convictos e estimáveis como Jared Diamond, entre tantos que as ETN têm aproveitado para fazer o seu "greenwashing", levando-nos à situação limite em que nos encontramos hoje.